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Reunião 39 (Florianópolis, 1º e 02/09/2000)

Relatório da 39ª. Reunião do Conselho Técnico-Científico do Laboratório Nacional de Redes de Computadores LARC

Data:

1o e 2 de setembro de 2000

Local:

Centro de Treinamento FIESC-SENAI - ASSFISI - Praia do Campeche - Florianópolis - SC

Participantes

Diretoria do LARC: Jean-Marie Farines (Diretor do CTC do LARC, Coordenador de ReMAV-Florianópolis), José Augusto Suruagy Monteiro (Vice-Diretor do CTC do LARC, Representante UNIFACS), Guido Lemos de Souza Filho (Diretor Executivo LARC, Coordenador ReMAV-Natal, Representante UFRN), José Neuman de Souza (Vice-Diretor executivo do LARC, Representante UFC);

Representantes das instituições membros do CTC do LARC: Antônio Alfredo Ferreira Loureiro (UFMG), Clesio Luis Tozzi (UNICAMP, Coordenador ReMAV-Campinas), Djamel Sadok (UFPe), Edson Moreira (USP), Eduardo W. Bergamini (INPE), José Gonçalves Pereira Filho (UFES), Liane Margarida Rockenbach Tarouco (UFRGS, Coordenadora ReMAV-Porto Alegre), Luiz Nacamura Jr. (CEFET-Pr), Michael Anthony Stanton (UFF), Noemi Rodriguez (PUC-RJ), Roberto Willrich (UFSC), Wanderley Lopes de Souza (UFSCar)

Coordenadores de ReMAVs: Carlos André Guimarães Ferraz (ReMAV-Recife), Cloves Ferreira Jr.( ReMAV-Goiânia), Edison Tadeu Lopes Melo (ReMAV-Florianópolis), João Gualberto Rizzo Araujo (ReMAV-Salvador), Mário José Delgado Assad (ReMAV-João Pessoa), Rafael Timóteo de Souza Jr. (ReMAV-Brasilia)

Diretor Executivo da RNP: Nelson Simões;

Secretário executivo do Comitê Gestor da RNP: Marcio Luiz Bunte de Carvalho ( Coordenador ReMAV-Belo Horizonte);

Diretor adjunto da DPE do CNPq: Celso Deusdeti Costa;

Outros representantes de grupos de pesquisa: Carlos Becker Westphall (UFSC), Elizabeth Specialski (UFSC), Frank Meylan (USP), José Marcos Silva Nogueira (UFMG), Luis Fernando Rust (UFRJ), Wagner Meira Jr. (UFMG, Protem-CNPq)

Programação:

Sexta-Feira 1o de setembro - Manhã

  • Abertura (10 min.): Reitor da UFSC
  • Apresentação dos objetivos da reunião e do plano de trabalho (15 min.): Diretoria do LARC
  • Apresentação RNP (40 min.): Nelson Simões
  • Apresentação Parceria MEC-MCT (35 min.): Márcio Carvalho
  • Apresentação Programa Sociedade da Informação e a visão CNPq e MCT (60 min.): Celso Costa

Sexta-Feira 1o de setembro - Tarde

  • Reuniões de Grupos de Trabalho sobre os temas: ReMAVs e Ações concretas (Parceria MEC-MCT, RNP2 e Temas para editais)
  • Plenária com apresentação e discussão dos relatórios dos Grupos de Trabalhos

Sábado 2 de setembro - Manhã

Reuniões de Grupos de Trabalho sobre os temas: Temas para editais; Modelos para Redes Experimentais; Organização do LARC.

Plenária com apresentação e discussão dos relatórios dos Grupos de Trabalhos

Plenária Final e definição das próximas etapas

Relatório

I. Apresentação do contexto da reunião:

Iniciou-se a reunião pela apresentação das iniciativas governamentais e reestruturações ocorridas desde o início deste ano, que redesenharam o cenário da Internet no Brasil, entre elas a RNP2, a parceria MEC-MCT, o Programa Sociedade da Informação e as ações do MCT e CNPq. Seguem os principais pontos apresentados:

1. Rede Nacional para o Ensino e a Pesquisa (RNP):

Após um histórico da evolução da RNP, destacando as questões de financiamento e de Recursos Humanos qualificados e com alta rotatividade, foi apresentada a situação atual da RNP que se encontra em processo de Institucionalização, devendo se tornar em breve uma Organização Social. A Associação RNP (A_RNP) que dará nascimento a esta Organização Social foi criada em outubro de 1999 e tem no seu Conselho de Administração representantes do MEC, do MCT, da comunidade acadêmica através da participação do LARC e da SBC, dos POPs, dos associados e dos usuários.

Neste novo cenário, a A_RNP passa a operar através de um contrato de gestão com metas bem definidas e claras com indicadores específicos. Em breve (setembro ou outubro deste ano) um contrato de gestão com o MCT deve ser assinado. Um processo de aproximação com o MEC foi iniciado a partir de um memorando conjunto assinado no final de 1999. A parceria MEC-MCT deve no futuro viabilizar a perenidade da manutenção da Organização Social RNP através de contratos de gestão.

Espera-se definir até o início de 2001, a nova estrutura da RNP como Organização Social, tornando-a apta a captar recursos junto à parceria MEC-MCT e também de outros ministérios e empresas.

Nestes últimos meses, foi disparado o processo de renovação da infra-estrutura da RNP com a atualização do backbone através de acordo com a Embratel, a aquisição e instalação de novos roteadores, o "peering" Rio, SP e BSB. Os próximos desafios dizem respeito ao oferecimento dos novos serviços (QoS), a viabilização da interconexão dos experimentos atuais das ReMAVs e a garantia da conexão internacional de alta velocidade, após a ativação do "Americas-2" no final deste ano.

2. Parceria MEC-MCT:

A parceria entre MEC e MCT foi selada através de memorando assinado em outubro de 1999 e tem como programa projetar, implantar e manter a Rede Nacional para o Ensino e a Pesquisa (RNP).

O organograma da parceria prevê uma estrutura de planejamento e execução do programa:

· Planejamento e Acompanhamento: Comitê Gestor, Conselho Científico, Secretaria Executiva

· Execução: A_RNP, Embratel, ..., CW.

O Comitê Gestor (CG) é composto de 3 representantes de cada ministério, que serão formalmente indicados na próxima semana, e de um secretário executivo.

O papel da secretaria executiva é de apoiar as atividades do CG e de responsabilizar-se pelo acompanhamento, suporte e registro das atividades do Conselho Científico e estratégico e de representar o CG junto ao projeto Internet2 (operacionalização do MOU).

O Conselho Científico tem como objetivos:

  • o assessoramento estratégico na área de redes e tecnologia da informação;
  • a elaboração de subsídios técnicos para evolução do programa;
  • o assessoramento na interlocução com a comunidade acadêmica;
  • o assessoramento na prospecção e colaboração com iniciativas internacionais de redes acadêmicas.

Ele será formado por no mínimo 5 membros: Liane Tarouco (UFRGS), José Augusto Suruagy Monteiro (LARC e Unifacs), Daniel Sigulen (FPM), Álvaro Coutinho (CENAPAD), Marcos Sposito (Diretórios e BD).

3. Programa Sociedade da Informação e as ações do MCT e do CNPq

O programa Sociedade da Informação é um programa estratégico do MCT que corresponde à uma ação do Plano PluriAnual (PPA). O Livro Verde elaborado a partir do trabalho preliminar de um conjunto de Grupos de Trabalho representativos dos diversos setores interessados nesta área contém uma visão preliminar das prioridades que orientarão a aplicação de verbas do PPA no item Sociedade da Informação. Este deverá ser discutido pela comunidade resultando no documento final (Livro Branco) que conterá as linhas e prioridades do Programa Sociedade da Informação.

As ações identificadas desde já pelo CNPq, a partir do Livro Verde são:

A Formação de Recursos Humanos para a Sociedade da Informação nos diversos níveis, da formação básica (alfabetização digital) à pós-graduação, envolvendo o lado técnico para o desenvolvimento e manutenção de tecnologia, o treinamento dos mais diversos usuários desta, e o processo de inovação acadêmico e empresarial.

A Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) a partir da definição de que tipos de pesquisas, tópicos, temas, ações mobilizadoras devem ser conduzidos, em redes mas também em outros temas como microeletrônica, telecomunicações, aplicações diversas, etc., levando em conta as necessidades econômicas.

O CNPq deve convocar Grupos de Trabalho para a definição e acompanhamento do programa, para o qual são esperadas contribuições do LARC.

As expectativas do CNPq em relação às contribuições da comunidade dizem respeito ao fornecimento de subsídios de temas para pesquisa para compor editais ProTeM e de cooperação com a NSF (p.ex.: na definição de quais são nossas prioridades em redes e do que poderia vir a ser um estímulo para um novo passo das Redes Experimentais iniciado com as ReMAVs).

O CNPq pretende ainda encontrar mecanismos para avançar no processo de "sistemas locais de inovação" do tipo Genesis.

II. Contribuições da Reunião:

Após esta apresentação do contexto atual, os temas da reunião foram abordados segundo uma sistemática preestabelecida de reuniões de grupo de trabalho e plenárias com discussão dos relatórios dessas. Em conclusão desta reunião, estabeleceu-se a partir das contribuições dos presentes, um conjunto de proposições, sugestões, linhas de atuações e encaminhamentos para a atuação da comunidade cientifica da área de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídas em geral e do LARC como representante desta em especial que são apresentados a seguir.

1. Modelos para Redes Experimentais de Alta Velocidade:

A título de contribuição para a discussão de um novo modelo de redes experimentais de alta velocidade no Brasil, dando continuidade ao esforço de formação de recursos humanos e de pesquisa/desenvolvimento, iniciado com o projeto das ReMAVs, foram apresentadas as proposições e recomendações seguintes:

Características a serem contempladas em editais de aplicações em redes de alta velocidade:

  • suporte a projetos interinstitucionais;
  • estímulo para equipes interdisciplinares (educação, saúde, etc.);
  • estimular a produção de conteúdo (para despertar o interesse do público e para garantir a sustentabilidade)
  • organizar grupos temáticos em termos de aplicações chave;
  • garantir uma fase de pré-projeto: workshop para elaboração de projeto envolvendo múltiplas instituições.

Mecanismos apontados para estimular as operadoras de telecomunicações a participar de experimentos de Alta Velocidade:

  • formação de mão de obra;
  • produção de conteúdo que gere tráfego a ser escoado;
  • inclusão nos editais que envolvam contratação de serviços de telecomunicações (Educação no ProInfo, saúde, etc.) nos itens de avaliação das propostas e pontuação técnica destas, do critério de participação das empresas em experimentos de AV (passados e futuros).

Recomendações para experimentos futuros:

  • Atualização e adequação das infra-estruturas de forma continuada, entre outras através de ações de atualização/manutenção da RNP2 e de eventuais editais;
  • testes para priorização de tráfego;
  • testes com IPv6;
  • testes para interligação com redes telefônicas;
  • testes para gerenciamento e provimento de serviços IP;
  • estímulo para a readequação das redes existentes (com novos parceiros e a eventual saída de parceiros que não têm atuado): a eventualidade de um novo projeto foi levantada.

2. Ações concretas e editais:

A formação de recursos humanos em Tecnologia da Informação é uma das ações prioritárias do Programa Sociedade da Informação. Se encontra em fase de discussão e amadurecimento de idéias, a forma de atuação do CNPq que elegeu esta questão como uma das suas prioridades. O apoio à definição e implementação de novos currículos, a montagem de laboratórios para aulas presenciais, o uso de ferramentas de ensino a distância, a produção e ministração de cursos na área de redes, são algumas das contribuições que podem ser dadas pela comunidade representada pelo LARC.

No sentido de contribuir para futuros editais de pesquisa/desenvolvimento, foi levantada uma temática que corresponde aos temas estratégicos na qual a comunidade de redes e sistemas distribuídos apresenta uma certa competência:

Infra-estrutura:

  • Novas tecnologias de rede: backbone, acesso e comutação;
  • Gerenciamento.

Middleware:

  • Segurança: intrusão, Diretórios e autenticação - Certificados, PKI;
  • Processamento Distribuído de Alto Desempenho;
  • Infra-estrutura de armazenamento distribuído (DSI);
  • QoS;
  • Seamless network.

Aplicações:

  • Trabalho cooperativo;
  • Educação a Distância;
  • Comércio Eletrônico;
  • Telemedicina;
  • Vídeo Digital Interativo.

Textos explicativos sobre esses temas deverão ser elaborados para a contribuição se tornar efetiva.

3. Organização e estratégia de atuação do LARC

No contexto atual, o LARC tem representatividade e potencial para coordenar ações concretas em ligação com a RNP, a parceria MEC-MCT ou o CNPq, atender solicitações e editais dos mesmos, assumir a articulação e a coordenação de um grande projeto e/ou de representação em fóruns internacionais.

Para que estas metas possam se concretizar, é necessário que o LARC assuma um papel mais executivo.

A garantia de uma atuação mais arrojada do LARC passa pela implementação de atividades tais como:

Melhoria da comunicação com seus associados:

  • Servidor Web do LARC com serviço de alerta quando tem uma modificação e com manutenção permanente. Tipo de informações: Informações sobre grupos de pesquisa, eventos, atas, estatuto, formulário de sócio, boletim informativo, etc.
  • Boletins informativos contendo notícias da comunidade, participações do LARC, sob a responsabilidade de algum jornalista/bolsista.

Campanha para novos membros do LARC.

Processo de discussão para definir a atividade LARC e a forma de inserir suas ações no PPA.. O resultado desta discussão é um documento (a ser elaborado necessariamente em caso de inclusão no PPA) que deverá conter um plano de trabalho, no qual o LARC teria uma função executiva de agenciamento real ("Escritório LARC"), linhas de ação associadas aos GTs e um orçamento básico plurianual para ação executiva de agenciamento.

Os Grupos de Trabalho (GTs) a serem criados devem permitir sustentar a demanda de apoio técnico/científico da RNP e da parceria MEC-MCT e as solicitações do CNPq em termos de editais de pesquisa/desenvolvimento e atuação em formação de recursos humanos. Os Grupos de Trabalho propostos são em número de quatro: formação de recursos humanos, P&D em infra-estrutura e gerenciamento, P&D em middleware), P&D em suporte a aplicações). A composição, a forma de atuação e o papel dos GTs serão ancorados nos pontos básicos seguintes:

Papel: O GT visa reagrupar pesquisadores e laboratórios de pesquisa da mesma área de atuação para colaborar técnica e cientificamente com a RNP, a Parceria MEC-MCT e o CNPq e contribuir para o melhor entendimento e o avanço da área.

Composição do GT em 2 níveis: um grupo mais restrito de discussão que será o desenvolvedor de idéias, e um grupo de interesse que não participa diretamente mas pode ser chamado para reuniões de trabalho para discutir as questões técnicas, propostas e sugestões.

Forma de atuação:

  • Identificar e justificar os temas de interesse e os objetivos da linha de ação do GT;
  • ter uma atitude pró-ativa, para atender as demandas.

4. O estado atual da Internet 2 no Brasil:

A partir da constatação do fosso que sempre existe entre o planejado e o executado nas ações governamentais em torno da RNP e da RNP2, considerou-se papel do LARC:

Promover uma avaliação permanente do que vem sendo realizado e proposto para eventuais correções de rumo, etc. Por exemplo, em caso de iniciativas com prazo finito como no caso das ReMAVs, ou como no caso da RNP2 lançada este ano com enlaces abaixo de 10Mbps.

Levantar junto aos órgãos decisórios e de financiamento a necessidade de integração efetiva das ReMAVs por exemplo através de experimentos conjuntos.

Levantar junto aos órgãos decisórios e de financiamento a necessidade de atualização permanente de equipamentos da RNP e das ReMAVs.

III. Encaminhamentos:

Os seguintes encaminhamentos devem ser assumidos pela diretoria do LARC:

Levantamento de aplicações alvo, através das listas: larc-l, gigalarc-l e remav-adm. A ser encaminhado pela diretoria.

Definição de uma agenda com algumas aplicações que poderiam servir de experimentos na RNP2 com a participação das atuais ReMAVs. A ser encaminhado pela diretoria em acordo com a A_RNP.

Criação dos GTs:

  • Propor responsáveis pelos GTs e apresentar a sistemática de trabalhos para estes; em seguida formar os grupos iniciais a partir dos participantes a reunião de Florianópolis (consulta via e-mail). A ser encaminhado pela diretoria.

Inicio das atividades dos GTs do LARC seguindo o definido anteriormente:

  • continuar a discussão/detalhamento via listas e futuras reuniões presenciais;
  • elaborar termo de referência sobre a importância da atividade/tema.

Eu, Jean-Marie Farines, Diretor do Conselho Técnico Científico lavrei esta ata que vai assinada por mim, após aprovação.